PRIMEIRA POVOAÇÃO DO AMBRÓSIO


PRIMEIRA POVOAÇÃO DO AMBRÓSIO

Campo Grande era uma grande extensão de terra que ocupava o território do sertão mineiro. Neste local formou-se um quilombo que se tornou conhecido como: O Quilombo do Campo Grande. Este quilombo era formado por muitos núcleos ou vilas, sendo um deles o QUILOMBO DO AMBRÓSIO tido como a capital do Quilombo do Campo Grande.
Quilombo era um refúgio dos escravos brasileiros: negros e mestiços ( afrodescendentes). Indígenas e brancos eram a minoria. Ali construíam casas e formavam uma pequena sociedade. Era um local afastado do centro das vilas ou povoados e de difícil acesso.
O Quilombo do Campo Grande foi tão importante quanto o do Palmares que era considerado um Estado-nordestino com 09 núcleos ou vilas. O Quilombo do Campo Grande chegou a ter 27 núcleos ou vilas, sendo que em 1759/1760 ainda tinha mais de 20 povoações esparramadas pelo Alto São Francisco, Alto Paranaíba, Triângulo, Centro-oeste e Sudoeste de Minas. Era habitado por negros e brancos pobres que fugiam do sistema tributário de Capitação e não apenas por escravos fugidos.
Na Capitania das Minas, ao contrário do que acontecia nos engenhos nordestinos, havia maior mobilidade social, o que se justifica pela grande compra de alforrias possibilitada pela mineração. Assim muitos foram os negros que conseguiram ascendência social, atingindo cargos como: alferes, capitães, padres, funcionários públicos, escrivães e até juízes de vintena, pequenas comunidades. Como a elite branca começasse a se incomodar, algumas providências foram tomadas, além das limitações do poder impostas aos negros, a mais terrível das medidas foi a implantação do imposto de Capitação, por Gomes Freire de Andrade, em 1735.
Por este imposto, os negros tinham que pagar, semestralmente, sobre suas próprias pessoas, sob pena de multa, prisão, açoite e expulsão da capitania. Todos os brancos que trabalhassem com as próprias mãos, tivessem ou não escravos, tinham que pagar também, por si mesmos, o imposto semestral de Capitação. Essa violenta repressão incentivou a necessidade de fuga das vilas oficiais para comunidades afastadas, as quais, como abrigavam brancos pobres, negros e alguns escravos, passaram a ser chamados de quilombos. O imposto de Capitação foi extinto, graças a bravura do Rei Ambrósio, em 1750, pelo Marquês de Pombal. Mas mesmo após sua extinção, o Quilombo do Campo Grande ainda permaneceu vivo.
O Quilombo do Ambrósio já existia em 1726. Até 1746, sob a denominação de PRIMEIRA POVOAÇÃO DO AMBRÓSIO localizava-se no território hoje compreendido no município de Cristais/MG, onde foi atacado pela bandeira do capitão Antônio João de Oliveira, a mando de Gomes Freire de Andrade. Somente depois de 1746 é que teria se mudado para o território onde hoje se compreende os municípios de Campos Altos e Ibiá/MG, onde foi atacado e destruído no ano de 1759, pela expedição do governador- comandante capitão Bartolomeu Bueno do Prado.
A Primeira Povoação do Ambrósio foi a semente da imensa Confederação Quilombola do Campo Grande. O governador Gomes Freire impôs uma espécie de segredo de Estado sobre estes fatos.
A pesquisa sobre Cristais no século XVIII tem sido extremamente frutífera. Não apenas por revelar acontecimentos de um passado pouco conhecido, mas por fundamentar, através de documentos, uma real integração histórica do município no contexto cultural do Quilombo do Campo Grande, permitindo fomentar o turismo cultural local.

Diretoria Municipal de Educação e Cultura

Conselho Municipal do Patrimônio Cultural

Dados compilados por: Maria Salomé Reis Alves de Lima

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12/06/2012

PRIMEIRA POVOAÇÃO DO AMBRÓSIO


PRIMEIRA POVOAÇÃO DO AMBRÓSIO

Campo Grande era uma grande extensão de terra que ocupava o território do sertão mineiro. Neste local formou-se um quilombo que se tornou conhecido como: O Quilombo do Campo Grande. Este quilombo era formado por muitos núcleos ou vilas, sendo um deles o QUILOMBO DO AMBRÓSIO tido como a capital do Quilombo do Campo Grande.
Quilombo era um refúgio dos escravos brasileiros: negros e mestiços ( afrodescendentes). Indígenas e brancos eram a minoria. Ali construíam casas e formavam uma pequena sociedade. Era um local afastado do centro das vilas ou povoados e de difícil acesso.
O Quilombo do Campo Grande foi tão importante quanto o do Palmares que era considerado um Estado-nordestino com 09 núcleos ou vilas. O Quilombo do Campo Grande chegou a ter 27 núcleos ou vilas, sendo que em 1759/1760 ainda tinha mais de 20 povoações esparramadas pelo Alto São Francisco, Alto Paranaíba, Triângulo, Centro-oeste e Sudoeste de Minas. Era habitado por negros e brancos pobres que fugiam do sistema tributário de Capitação e não apenas por escravos fugidos.
Na Capitania das Minas, ao contrário do que acontecia nos engenhos nordestinos, havia maior mobilidade social, o que se justifica pela grande compra de alforrias possibilitada pela mineração. Assim muitos foram os negros que conseguiram ascendência social, atingindo cargos como: alferes, capitães, padres, funcionários públicos, escrivães e até juízes de vintena, pequenas comunidades. Como a elite branca começasse a se incomodar, algumas providências foram tomadas, além das limitações do poder impostas aos negros, a mais terrível das medidas foi a implantação do imposto de Capitação, por Gomes Freire de Andrade, em 1735.
Por este imposto, os negros tinham que pagar, semestralmente, sobre suas próprias pessoas, sob pena de multa, prisão, açoite e expulsão da capitania. Todos os brancos que trabalhassem com as próprias mãos, tivessem ou não escravos, tinham que pagar também, por si mesmos, o imposto semestral de Capitação. Essa violenta repressão incentivou a necessidade de fuga das vilas oficiais para comunidades afastadas, as quais, como abrigavam brancos pobres, negros e alguns escravos, passaram a ser chamados de quilombos. O imposto de Capitação foi extinto, graças a bravura do Rei Ambrósio, em 1750, pelo Marquês de Pombal. Mas mesmo após sua extinção, o Quilombo do Campo Grande ainda permaneceu vivo.
O Quilombo do Ambrósio já existia em 1726. Até 1746, sob a denominação de PRIMEIRA POVOAÇÃO DO AMBRÓSIO localizava-se no território hoje compreendido no município de Cristais/MG, onde foi atacado pela bandeira do capitão Antônio João de Oliveira, a mando de Gomes Freire de Andrade. Somente depois de 1746 é que teria se mudado para o território onde hoje se compreende os municípios de Campos Altos e Ibiá/MG, onde foi atacado e destruído no ano de 1759, pela expedição do governador- comandante capitão Bartolomeu Bueno do Prado.
A Primeira Povoação do Ambrósio foi a semente da imensa Confederação Quilombola do Campo Grande. O governador Gomes Freire impôs uma espécie de segredo de Estado sobre estes fatos.
A pesquisa sobre Cristais no século XVIII tem sido extremamente frutífera. Não apenas por revelar acontecimentos de um passado pouco conhecido, mas por fundamentar, através de documentos, uma real integração histórica do município no contexto cultural do Quilombo do Campo Grande, permitindo fomentar o turismo cultural local.

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Dados compilados por: Maria Salomé Reis Alves de Lima

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